Verbetes

Arthur Alexandre Moses, mais conhecido como Arthur Moses, filho de Ignácio Moses e Ida Moses, nasceu no Rio de Janeiro em 02 de junho de 1886, formou-se pela Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro em 1908, com a tese intitulada "Do diagnóstico de moléstias infectuosas pela reação de Bordet-Jangou". Logo após sua formatura, ele iniciou a carreira em 1908 como pesquisador assistente no Instituto Oswaldo Cruz, onde permaneceu até 1917, exercendo diversos cargos técnicos e acadêmicos em outras instituições:
- Pesquisador do IOC, 1908-1917;
- Biologista do Ministério da Agricultura, 1917;
- Membro da Academia Nacional de Medicina, 1916-1967;
- Presidente da Academia Brasileira de Ciências, 1933-1935; 1941-1943; 1947-1949; 1951-1965;
- Presidente da Associação Brasileira de Educação.
Em 1911, Moses publicou no conceituado periódico "Memórias do Instituto Oswaldo Cruz", um artigo intitulado: Dos métodos biolojicos de diagnóstico nas cisticercoses, (em inglês: Biological methods for the diagnosis of cysticercosis).
Em 1916, Arthur Moses foi eleito membro titular da Academia Nacional de Medicina com a memória intitulada "Anafilatoxina". Nesta casa, exerceu o cargo de Presidente da Secção de Ciências Aplicadas à Medicina de 1937 a 1938 e de 1942 a 1943. Foi também membro da Sociedade Neurológica e Psiquiátrica do Rio de Janeiro, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia, membro da Sociedade Médica dos Hospitais, e membro da Associação Médica Cirúrgica do Rio de Janeiro.
Moses atuou como livre docente da cadeira de microbiologia da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, adjunto do serviço clínico no Hospital da Santa Casa de Misericórdia; chefe do serviço veterinário do Ministério da Agricultura, de 1917 a 1921; diretor do Instituto Experimental de Veterinária de 1921 a 1933, e assistente do chefe do Instituto de Biologia Animal em 1933. Trabalhou em vários domínios de investigação fundamental da Medicina, como histologia e microbiologia, bem como em pesquisas na área da Medicina Veterinária, mais especificamente sobre a descrição de um tipo específico de myxoma em coelhos. Publicou artigos, nacionais e internacionais, com destaque para "Do diagnóstico de moléstias infectuosas pela reacção de Bordet Gergou" (1909), "Technicas e modificações da reação de Wassermann" (1913), "Prophylaxia da aneylostomose e do impaludismo pelo tratamento" (1917).
Em 1927, Arhur Moses foi premiado com a medalha de ouro do prêmio Kümel da Universidade de Hamburgo, na Alemanha, por seus trabalhos na área de microbiologia; e em 1932, recebeu premiação da Cruz Vermelha Alemã, dado pessoalmente pelo presidente daquela época.
Moses destacou-se com seu estudo sobre neurocisticercose humana, uma doença parasitária adquirida através da ingestão de ovos de Taenia solium e Taenia saginata.
Em 1911, Arthur Alexandre Moses, documentou pela primeira vez na história, os anticorpos, com resultados positivos no sangue através do teste de fixação do complemento de soro e no líquor de três casos humanos, confirmados por necropsia.
O cientista criou a primeira descrição mundial de um método para o diagnóstico imunológico da neurocisticercose (NC), que demonstra a existência de anticorpos anti cisticercos no LCR em humanos, um diagnóstico que foi confirmado por meio de autópsia tardia (VERONESI, 2010). A reação imunológica descrita por Moses foi tomada como referência por outros pesquisadores do Brasil e do mundo. Seu período na Fiocruz marca a fase mais produtiva de sua carreira, onde publicou 34 dos seus 74 trabalhos.
Arthur Moses foi membro do grupo que colaborou com Alberto da Mota e Silva nas organizações do Conselho Nacional de Pesquisa - CNPq, de onde fez parte do conselho deliberativo por mais de duas décadas.
Participou da Reunião da Comissão nomeada pelo Presidente Dutra em 1949 para elaborar o projeto que resultou na lei de criação do CNPq. Presentes: Álvaro Ozório de Almeida, José Cândido de Melo Carvalho, Arthur Moses, Álvaro Alberto, Francisco Maffei, Humberto João, Orlando da Fonseca Rangel Sobrinho, Ignácio Manoel Azevedo do Amaral, Mário Paulo de Britto, José Carneiro-Felipe, Jorge Jabour, César Lattes, Adalberto Menezes de Oliveira, Mário Abrantes da Silva Pinto, Mário Saraiva.
Em 1917 Moses foi convidado por Wenceslau Braz para fazer parte do Ministério da Agricultura. Ele também contribuiu com Roquete Pinto para a fundação da Radio Roquete Pinto e da Rádio Ministério da Educação, organismo federal, e, que posteriormente gestou a TV Educativa.
Moser associou-se ao grupo fundador da Associação Brasileira de Educação ao lado de Fernando Azevedo, Gustavo Lessa, Alberto Venâncio, Miguel Osório Branca Fialho, Heloisa Alberto Torres, Anísio Teixeira e outros.
Visite o fundo arquivístico no site Base Arch - Arthur Alexandre Moses.
ACADEMIA NACIONAL DE MEDICINA. Arthur Moses. Rio de Janeiro, 2023. Disponível em: https://www.anm.org.br/arthur-moses.
FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ. Casa de Oswaldo Cruz. Base Arch: Arthur Alexandre Moses. Rio de Janeiro, 2024. Disponível em: https://basearch.coc.fiocruz.br/index.php/arthur-moses.
INSTITUTO OSWALDO CRUZ. Artur Moses. Rio de Janeiro, 2023. Disponível em: https://www.ioc.fiocruz.br/personalidades/artur-moses.
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO. Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras. Departamento de Física. Carta de Arthur Moses a Gleb Wataghin. São Paulo, 2024. Disponível em: http://acervo.if.usp.br/index.php/carta-de-arthur-moses-a-gleb-wataghin.
VERONESI R.; FOCACCIA R. Tratado de Infectologia. 4. ed. São Paulo: Editora Atheneu, 2010. v. 2, p. 1835-1850.