Ismael da Rocha

Verbetes

Base Arch/COC/Fiocruz
Pseudônimo ou nome de referência
Ismael da Rocha
Formação acadêmica
Medicina
Área de atuação
Bacteriologia
Vínculo Institucional na Fiocruz
Bacteriologista do Instituto Soroterápico Federal
Informações Biográficas

Ismael da Rocha, filho de Francisco José da Rocha e de D. Maria Ritta Affonso da Rocha, nasceu em 11 de maio de 1858, na cidade de Salvador, no Estado da Bahia. Formou-se em medicina na Faculdade de Medicina da Bahia em 1879, e defendeu a tese intitulada “Da Contração Muscular, Doutrina das Forças Vivas”. Ao longo de sua trajetória profissional, dedicou-se à prevenção e cura da tuberculose e à medicina militar. Cumpriu a medicina de forma disciplinada, como um militar devotado sendo merecedor do título recebido de invictus labor. Foi convidado pelo Barão de Pedro Affonso para atuar como interino efetivo da Santa Casa de Misericórdia, nas quadras epidêmicas de 1878 e 1879, e prestou serviços nas Enfermarias Públicas de febre amarela.

Enquanto ainda estava se recuperando de um problema de saúde, em 1880 foi contratado pelo amigo o capitão Dr. José Bernardino Bormann, para atuar como médico da colônia militar do Chapecó, na fronteira as Missões Argentinas, ano que ainda se encontrava convalescente. Serviu durante cinco anos sucessivos, tempo em que se dividiu entre os deveres militares e o socorro médico à pobreza.

Em 1885, como integrante do Corpo de Saúde do Exército, foi nomeado Médico da Comissão de limites com a República Argentina. Seguia ordens do Barão de Capanema e exerceu o cargo durante três anos. Foi promovido por merecimento ao posto de Capitão em 1889, sendo chamado ao Rio de Janeiro pouco após o advento da República. Foi também convidado a exercer o cargo de Assistente, onde permaneceu até a reforma do Dr. Antonio de Souza Dantas. Promovido a major a 11 de outubro de 1891, foi nomeado para estudar na Europa o tratamento da Tuberculose Pulmonar, acompanhando os estudos do Professor Koch, naquele momento em máxima evidência científica.

Após essa experiência, escreveu um livro relatando os estudos do Professor Koch, que intitulou “A Tuberculina de Roberto Koch ou o Tratamento Biológico da Tuberculose”. Essa publicação, recebida pela classe médica com muito interesse, deu-lhe ingresso na Academia Nacional de Medicina na condição de Membro Titular.

Quando foi a Madri, visitou o Hospital S. Juán de Diós, e ficou impressionado pela beleza de sua arquitetura e organização, obteve, então, cópia da planta geral dessa instituição, oferecendo-a ao Ministro da Guerra. Por essa quadra o Marechal Floriano Peixoto também se interessou na realização da almejada construção do Hospital Central do Exército. Promovido por merecimento a Tenente Coronel, foi nomeado o primeiro diretor do Hospital do Exército (governo de Rodrigues Alves) e diretor de Saúde da Guerra, em 26 de dezembro de 1904. Criou o laboratório de bacteriologia do futuro Hospital Militar e a Policlínica Militar do Rio de Janeiro.

Fundou o Laboratório Bacteriológico Militar. Junto ao colega Dr. Paula Guimarães, alcançou a fundação desse Instituto do qual foi primeiro Diretor, tendo sido seu organizador central.

Em 1907, o Governo o comissionou para ir à França contatar professores de Veterinária para organizar, em bases científicas, o serviço de Veterinária do Exército. Por intermédio do Instituto Pasteur de Paris, contratou profissionais de notáveis serviços. Por indicação de Ismael da Rocha, fundou-se a Escola de Veterinária Militar. A Policlínica Militar do Exército e a lavanderia a vapor do Hospital Central foram criações suas, além da reorganização completa do quadro de Veterinários militares com profissionais competentes.

Fundou a Revista de Medicina Militar, confiando-a à Direção de seu competente colaborador o Dr. Bueno do Prado.

Foi Inspetor Geral de Saúde dos Serviços de Saúde do Exército, cargo no qual foram consideráveis as iniciativas para o melhoramento das condições materiais dos hospitais em diversas guarnições.

Não renunciou a sacrifícios pessoais para cumprir com o seu papel de médico e de Chefe do Serviço, sobretudo, em um período de importante transformação da aparelhagem e organização sanitária do Corpo de Saúde do Exército brasileiro.

Em 25 de maio de 1900, o Coronel-Médico Ismael da Rocha, bacteriologista do Serviço de Saúde do Exército; o médico Henrique de Figueiredo Vasconcellos, assistente do Instituto Vacínico; e o veterinário H. Carré, e um então estudante de medicina, Ezequiel Caetano Dias, fizeram parte do time de pesquisadores que inauguraram o laboratório na Fazenda de Manguinhos. Em pouco tempo, a Prefeitura transferiu para a Diretoria de Saúde Pública do Ministério da Justiça e Negócios Interiores a administração do laboratório, e foi reinaugurado oficialmente em 23 de julho como Instituto Soroterápico Federal. Pouco depois, Ismael da Rocha saiu da equipe e retorna para o laboratório do Exército.

Referências Bibliográficas

ACADEMIA NACIONAL DE MEDICINA. Ismael da Rocha. Rio de Janeiro, 2024. Disponível em: https://www.anm.org.br/ismael-da-rocha/.

FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ. Instituto Oswaldo Cruz. Ismael da Rocha. Rio de Janeiro, 2024. Disponível em: https://www.ioc.fiocruz.br/personalidades/ismael-da-rocha.

DANIEL-RIBEIRO, Cláudio Tadeu; SAVINO, Wilson. O Instituto Oswaldo Cruz: 115 anos de ciência para a saúde da população Brasileira. Anais do Instituto de Higiene e Medicina Tropical, v. 13, p. 103-109, 2014. Disponível em: https://anaisihmt.com/index.php/ihmt/article/view/180.